Era uma noite
escura, e mais uma vez Daimon se encontrava pensando naquela mesma garota a
quem havia visto naquela tarde cinza de inverno. A única a quem permitiu um
pouco de cor em seus olhos.
Ele estava
abismado com tal beleza e doçura. Sua solidão era a única que conseguia
preencher suas noites, antes é claro, da aparição do anjo mais perfeito que ele
já havia visto. - Será que isso é mesmo possível? Não... Preciso me conter,
afinal nem se quer o nome dela eu sei. - Será que ele era mesmo digno de um coração
tão puro e ingênuo que aquela moça o aparentou? Será que toda aquela bobagem de
que amor existe para todos é mesmo verdade?
- Será que serei digno de um abraço confortável e macio depois de mais
uma guerra fútil contra essa sociedade hipócrita? – Isso ele não tinha certeza,
mas sabia que iria voltar todos os dias que fossem necessários, naquela mesma
praça, naquele mesmo horário, nem que fosse para apenas a observá-la de longe
até o dia em que iria calar seu orgulho com um tapa e ir saber o nome da tal
moça que o havia feito se sentir vivo. E
mais uma noite se calou, enquanto ele sentado na mesma poltrona de frente para
uma varanda, sonhava acordado com o sorriso da tal moça.
-
O Diário de Daimon Volteir.
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